
Dra Patrícia Savoi
E a Esclerose Múltipla, se beneficia do uso do CBD?
A resposta é SIM. Falaremos adiante.

O uso de derivados da Cannabis tem sido tema de grande interesse em virtude do seu potencial terapêutico medicinal, especialmente para doenças neurológicas e, dentre estas, a esclerose múltipla (EM).
Recentemente, o uso do canabidiol foi liberado para prescrição médica, tendo a ANVISA permitido a importação para vários casos, exigindo-se, para tanto, prescrição e laudo médicos e ainda termo de responsabilidade específico.
A utilização da maconha na forma inalada, por indivíduos saudáveis, está associado a efeitos deletérios, como pior desempenho cognitivo, seja de forma aguda ou crônica, afetando diferentes aspectos da memória, atenção e tomada de decisões. Tais alterações podem persistir por horas, dias, semanas ou mais, após o último uso. Desta forma, o que se discute é o uso de doses terapêuticas de seus principais componentes, ou seja, o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), ou, ainda, de derivados canabinóides sintéticos, produzidos industrialmente.
O interesse pelo assunto cresceu a partir da descoberta do THC como o principal componente psicoativo da maconha e da existência de receptores canabinóides no nosso sistema nervoso, que são estimulados também pelo próprio THC.
Paralelamente, a descoberta que possuímos nossos próprios canabinóides (chamados de endocanabinóides, os “primos” do THC e do CBD), levou à identificação deste sistema bastante complexo, chamado de “sistema endocanabinóide”, muito importante na regulação da dor, da memória, da espasticidade e do controle motor. Quando estimulado corretamente por quantidades fisiológicas destes canabinóides, trabalha a nosso favor, regulando positivamente tais funções.
Indicações de canabinóides na esclerose múltipla
Como mencionado nas recomendações feitas pela Academia Brasileira de Neurologia, alguns cuidados devem ser tomados quanto à indicação de canabinóides na forma oral na esclerose múltipla, pois seus efeitos adversos podem ser agravados em função das características da própria EM. Sintomas como comprometimento cognitivo, fadiga e alterações humor devem ser avaliados antes da indicação destas substâncias na EM, pois podem eventualmente até piorar com o uso dos canabinóides.
Importante salientar que existem produtos à base de canabinóides com diferentes composições e apresentações no mercado e, até o momento, apenas um deles foi testado na esclerose múltipla
Espasticidade
Dor neuropática
Outras indicações
No tratamento dos tremores e da disfunção vesical, o uso de preparados orais de THC, CBD ou THC/CDB mostrou-se ineficaz, não havendo neste momento indicação para o seu uso no alívio deste sintoma.
Dra. Patricia Savoi
CRM140.483
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Dra Patrícia Savoi